domingo, 21 de março de 2010
RSJ
Quem somos e Porque Somos....
Quem Somos e Porque Somos
Vieram os primeiros. Vieram outros depois. Virão muito mais. Não faz tanto tempo assim, mas já faz muito tempo. Vida loka, tempo loko. Mas é que já aconteceu tanta coisa que parece que faz muito tempo. Mas algum tempo já se passou desde aquela primeira reunião lá nos vereadores. E de lá até aqui quantas caminhadas já foram! Itaquera. Grupos conversando aqui e ali, na Arthur Alvim. E depois a marcha até a estação. O encontro na Rua São Jorge, cervejas aqui, cervejas lá, e depois a a marcha até o Pacaembu. Com parada obrigatória na Dr. Arnaldo. E tantas outras marchas pela ... E a primeira celebração. Aqui mesmo nos bancários...tuf...tutuf..tuf...é a rua mané... Dias de incerteza. É esse o melhor caminho? Não é? Dá pra voltar atrás, não dá? Não deu pra voltar atrás. No dia em que todos nós recebemos uma garrafada em nossa quadra, entendemos: não dá para voltar atrás.
Nossas tentativas de falar ao coração das pessoas: nosso primeiro manifesto. A arca de Flávio La Selva. Era nosso desejo de falar, de explicar, de dizer, o que estávamos fazendo, quem éramos e porque eramos agora a Rua São Jorge. Alguns ouviram, perguntaram, quiseram saber. Alguns optaram. Outros ficaram em cima do muro. Esperando para ver de que lado a balança pendia. Não querendo perder seu lugarzinho na quadra, nem querendo se opor a São Jorge. Vai que isso de Rua São Jorge dá certo? Vai que os cara cresce? Aí eu vou ter sido contra os cara? Melhor fazer o jogo do não estou lá, mas podendo estar um dia. Vieram os primeiros. Vieram outros depois. Virão muito mais.
Veio o primeiro aniversário. Veio o segundo. E Rua São Jorge existindo e resistindo. Vieram outros depois. Irmãos que já podiam estar com a gente desde o começo. Mas era preciso esgotar todas as possibilidades de conviver na quadra. De acreditar que lá ainda era possível. Não era mais. E um grande irmão juntou com nóis agora. E contribui muito. Vieram outros depois. Virão muito mais.
Virão porque Rua São Jorge é ideologia. Na base. Na essência. A corrente jamais será quebrada. Como eu acreditei nisso como uma verdade acima do bem e do mal. Hoje a corrente está quebrada. Sim, está. Não podemos negar isso. Mas, entendemos que foi preciso que a corrente quebrasse para que parte dessa corrente fosse preservada. Uma ferrugem que começou de um lado dessa corrente se espalhava rapidamente. Ou a corrente se partia, ou a ferrugem tomava toda a corrente. Hoje, sem medo de errar digo: que bom que a corrente se quebrou. Ela mostrou elos enfraquecidos, revelou verdades. Hoje sabemos quem é quem. Quem ama e quem apenas usa.
Nessa atividade que se faz aqui hoje, nos novos códigos de conduta e estrutura, talvez neles, esteja o novo modelo de torcida que um dia me falou Metaleiro. Digo talvez, porque essas coisas não acontecem da noite pro dia. Leva tempo. Mas o que se debate aqui hoje, faz parte dessa construção desse novo modelo de torcida. A Rua São Jorge assume um importante papel histórico.
Primeiro de elevar o papel dos Gaviões da Fiel Torcida de meros fiscalizadores do Todo Poderoso Sport Club Corinthians, para assumir o papel de interferir e decidir, pela palavra ou pela força, nos rumos do clube. Pois o Corinthians não é propriedade privada de ninguém. Não foi do Vicente Matheus, não foi do Dualib e nem será do Andrés. Eles querem que sejam. Mas nós temos o direito e o dever de não deixar isso acontecer. O Corinthians é de nóis tudo. É paulista e é campeão.
O segundo pepel histórico dos Gaviões da Rua São Jorge é lutar contra a criminalização das torcidas organizadas, contra a criminalização do povo organizado, contra criminalização da pobreza. Da nossa pobreza. Que nos atinge sem que percebamos. Somos criminalizados porque somos pobres, porque moramos em quebradas, porque somos negros, porque estudamos em escolas publicas, porque somos Corinthianos e não temos medo de ninguém.
Nem da polícia que nos provocou e nos agrediu lá no Morumbi. Somos osso duro de roer, ninguém cala nossa voz. Sou gavião e o meu grito é feroz. Somos Gaviões da Fiel, prontos para dar a primeira porrada se necessário for. Gaviões não age. Reage. Essa é outra das verdades que para mim são imutáveis em nossa história. Estamos na São Jorge porque aqui está a verdadeira ideologia. Viva a história dos Gaviões. Viva nossos espelhos. Viva nossas lideranças de ontem e de hoje. Viva os Gaviões da Rua São Jorge. É nói que teve e que sempre estará. É nóis Q tá!
Texto: elaborado por um grande irmão.
Como diz um grande Gavião: " Não podemos ter medo de falar a Verdade ".
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